III – A mudança
Nunca tinha notado o quanto meu quarto é enorme. Agora que ele to totalmente vazio, deu pra ver. Na há mais nada colado na parede, nem meias pelo chão, vendi todos os móveis. Minha mãe falou que lá já tem tudo o que precisamos. Então vendi, e coloquei o dinheiro na caixinha do supermercado pra ajudar os funcionários. Tenho esse costume, o que sobrou de tudo que aprendi enquanto ia à igreja com minha mãe. Tempos passados.
Só fui levando mesmo minhas roupas, objetos pessoais, e meus livros. Não deixei nada pra traz; Nem amigos... Não os tinha desde os treze anos. O motivo você já sabe.
Foram 6 horas de viagem, nada pra ver no caminho só mato. Até que chegamos ao “Bem-vindo à ilha das Flores”. Esse era o nome do lugar, sorri ironicamente porque ainda não tava acreditando nisso. Mas finalmente entendi porque minha mãe tinha saído daquele lugar. Era úmido, cheirava a estrume e nem era asfaltado ainda. Dá pra imaginar? Estávamos indo numa estrada de terra! Flores tinham demais, daí a explicação pra “ilha das flores”, havia borboletas em todos os lugares, não deu pra ver a extensão do lugar porque as árvores cobriam tudo de um lado a outro; Então a estrada de terra acabou, e eu vi uma praça pequena, várias barracas dessas que as velhas vendem pipoca e pirulito; As pessoas olhavam pra nós como se já soubessem que íamos chegar. Pareciam me conhecer, não gostei da exibição e fingi que não era comigo, logo entramos numa rua novamente cercada por árvores...
- Cansei de só ver árvores e mais árvores. Não vamos chegar nunca? – Perguntei enquanto ligava meu IPOD pra me distrair.
- Já chegamos querida; Essas terras são todas do seu avô – Arregalei os olhos quando ela disse isso. Queria perguntar por que eu nunca soube disso, mas deduzi a resposta pelos olhos da minha mãe. Ela não gostava daquela riqueza por algum motivo.
Suspirei, e continuei olhando a minha herança pela janela.
domingo, 18 de outubro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)

Nenhum comentário:
Postar um comentário