sábado, 17 de outubro de 2009

- Introdução

Eu tenho o visto novamente. De noite quando fui dormir ele estava sentado na minha cama me olhando com seus olhos sérios e devoradores. Achei que ele fosse falar comigo, mas não disse uma só palavra... Fiquei deitada do jeito que estava olhando pra ele também. Permanecemos calados uns quinze minutos até que eu consegui dormir. Depois do acontecimento na ponte de Broteley achei que nunca mais o veria. Matei sua lembrança, e todos os objetos que me faziam recordar. Minha mãe me fez jurar que nunca mais falaria o nome dele; Eu sempre cumpro minhas promessas, e sendo assim nunca mais falei o nome dele. Isso não quer dizer que não tenha escrito seu nome, nem pensado nele. Eu penso nele todos os dias. Não há um só fim de tarde que eu não lembre o que passamos juntos. Não fiquei com nenhuma seqüela das nossas aventuras, apenas com o amor. “O amor não morre”, ele repetiu tantas vezes no intuito que eu nunca o esquecesse. E conseguiu! Comigo ele sempre conseguiu, e é isso que mais me intriga. Eu era uma garota normal, boa, eu poderia ter tido uma vida pacata e tranqüila se não o tivesse conhecido. Agora sei que nunca mais vou ser uma pessoa normal, porque o meu vago olhar para o escuro o procurando sempre vai assustar as pessoas, e o meu olfato sempre será mais sensível que antes. Eu nunca mais vou ter medo do que as pessoas normais têm. E isso não é tão bom como parece. Afinal, talvez eu nunca mais tenha amigos, nem case, nem tenha filhos, nunca mais ame ninguém. Vou ficar pra sempre esperando ele voltar, daqui da varanda da minha casa, pensando em como tudo pode ter acontecido com alguém como eu.

Janeiro de 2009-05-17

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